
Essas pessoas detinham esses valiosos bens de capital capazes de reproduzir a força de trabalho. Além disso, conheciam a ciência de nos enfeitiçar e nos submeter aos seus encantos.
Era preciso dominar essa gente. Para isso, mobilizamos uma guerra. Nossos legisladores criaram leis, nossos sacerdotes engendraram dogmas.
Nosso objetivo era controlar sua principal fonte de poder: o útero. E assim o fizemos.
Passaram-se os séculos, e essas pessoas começam agora a retomar seu poder. Querem ser donas de seus próprios corpos, querem governar elas mesmas os seus destinos.
Nossos religiosos praguejam maldições, nossos legisladores debruçam-se sobre livros antigos, nossos alfas esbravejam suas inseguranças; todos espumamos nosso pânico.
Alguns de nós achamos que seríamos mais felizes se devolvêssemos o que lhes saqueamos. Mas a maioria vê essas mudanças ameaçarem nosso poder e, principalmente, nossa libido.
Temos medo. Temos muito medo do seu sexo.