Quando Genésio chegou, as enfermeiras já recolhiam os aparelhos. Por minutos de atraso, não pôde se despedir do pai.
Em um canto, abraçado à mãe e chorando o avô, seu filho de vinte anos e mil ressentimentos.
Quando percebeu a aproximação do rapaz, voltou os olhos ao corpo do velho. O filho parou à sua frente e o fitou, segundos intermináveis, sem a costumeira mágoa.
E seu filho o abraça. Timidamente.
Logo, apertam-se como se à beira de precipício. Genésio fecha os olhos, as lágrimas o desacatam e lhe derretem o ferro do coração, e ele se funde em prantos, choro desatado em soluços.
Desabam em lágrimas as convicções ciosas de valores tradicionais e tal e tal, esses fardos que os jovens teimam em não entender.
Seu pranto molha o ombro do filho, e Genésio não lembra de jamais lhe ter caído uma lágrima no peito do seu pai.
Não chora a morte. Chora os abraços nunca trocados.
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